De acordo com o Capgemini Research Institute, cerca de 50% das empresas se identificam como Data Driven. Porém ser uma empresa Data Driven, ou seja, que utiliza os dados corretos ao seu favor, vai bem além de ser tecnológica e com qualidade em seus dados. Como qualquer outra transformação digital, é preciso que sejam implementadas mudanças internas na cultura e nos processos da empresa. Dessa forma, o negócio orienta e guia os colaboradores para garantir que os dados conduzam a decisões apropriadas. Não seguir esse processo pode provocar o uso indevido de dados e, consequentemente, encarecer o processo e dificultar a identificação desse problema.

Organizações que fazem isso podem ser chamadas como “falsas” Data Driven. Ou seja, são empresas que possuem dados, tecnologia e até mesmo o conhecimento para implementar os dados dentro do dia a dia, porém ainda falta alinhar esses dados à cultura e processos internos. Um exemplo dessa prática é quando um funcionário primeiro toma uma decisão e depois procura os dados para reforçar essa escolha.
Segundo um levantamento feito pelo New Vantage Partners, 75,6% dos respondentes da Pesquisa Big Data e IA de 2021 relataram que não desenvolveram uma cultura de dados na sua empresa. Ou seja, apesar de vivermos uma época onde temos mais dados à nossa disposição do que nunca, ainda assim vemos a desconexão entre os níveis de investimento e os resultados obtidos por algumas empresas.
Confira alguns sinais comuns para quando a sua empresa é uma falsa Data Driven:
Cada um possui sua própria versão de verdade
Quando seus empregados utilizam o argumento de que “minha verdade é melhor que a sua”, esse é um grande indicativo de que sua empresa não é verdadeiramente guiada por dados. As equipes podem utilizar os dados em suas decisões, mas se as informações divergem então é provável que tenha conflitos.
Isso pode acontecer por diferentes motivos: cada um pode estar olhando para uma parte isolada de dados ou, ainda, pode haver discordância sobre quais dados devem ser utilizados para tomar uma decisão específica. Por isso os dados devem estar disponíveis para todos da organização para que as equipes tenham acesso às mesmas informações na hora de decidir algo.
As decisões antecedem os dados
É comum do ser humano que primeiro seja decidido algo e depois que se procure dados e informações que sustentem essa decisão – é o instinto humano falando mais alto. É importante lembrar que se os dados são compartilhados com inteligência, sua equipe poderá surgir com ideias e novas oportunidades. Neste caso, a função de um líder é justamente olhar para esses insights e delimitar um plano de ação. Uma ideia nunca surge unicamente de um líder, mas sim com dados e informações.
Os funcionários possuem incentivos mal orientados
Utilizar os dados como forma de analisar e recompensar os funcionários por seus desempenhos é uma prática interessante. No entanto, é preciso tomar cuidado para que esses objetivos sejam traçados de forma a motivar e nunca punir. Focar no dado errado para incentivar os funcionários pode gerar prejuízos para a própria empresa.
Em resumo, os dados são aliados poderosos tanto para os negócios quanto para os colaboradores. No entanto, as empresas ainda precisam focar no desenvolvimento de uma cultura de dados. Sabemos que é necessário muito esforço para fazer essa mudança, porém todos os benefícios valem a pena.